{Leonardo Ramos} - {Bruno César} - {Rodrigo Valente} - {Tiago Capute} - {Adriano Bermudes}

terça-feira, 18 de maio de 2010

Dias de chuva - ao vivo no Café Kahlúa


Sábado passado, dia 15/05, fizemos um show no aniversário do Café Kahlúa. Fomos muito bem recebidos pelo pessoal do café e pelo público que compareceu lá.

Antes de nós, tocaram alguns amigos do selo Membrana: Antenafobia, Bertola e os Noctívagos e Valsa Binária.

Os shows foram muito bons. Tomara que o público tenha gostado também!

Esperamos voltar lá mais vezes! O lugar é muito bacana.

Temos dois vídeos da nossa apresentação, gravados por nossos amigos da plateia. O primeiro que vamos mostrar é o da música "Dias de chuva":



O equipamento de gravação não é dos melhores, mas dá para curtir um pouquinho da nossa música.

Aí vai a letra:

Dias de chuva

Outro trovão
me atingiu de novo
com o seu clarão!

Outro apagão
me atirou de novo
na escuridão!

Não vou mais dormir,
nem fazer do céu escada,
enquanto o céu cair...

Vou ficar aqui,
e fazer do véu couraça,
enquanto for assim...

terça-feira, 4 de maio de 2010

A Criação

"And one day, I am going to grow wings,
a chemical reaction,
hysterical and useless."

Radiohead, Let Down

No princípio é o Caos.

Cada movimento é um barulho desordenado, desafinado e desencontrado.

Num segundo, a batida da baqueta no prato e o tempo forte, marcado pelo bumbo, criam a terra.

Sobre sua segurança, o som forte e impactante das cordas espessas do baixo funda os alicerces de um grande monte que será erguido.

Em seguida, as notas sobrepostas no teclado são como grandes rochas que, subindo, erigem, harmonicamente, as faces ainda rudes do monte.

É então que, já no alto do rochedo, surgem as notas agudas da guitarra, dando contorno e colorido ao rochedo, já não tão rude.

As arestas se aplainam. As fendas são preenchidas. Sobre a pedra fria, aparecem os primeiros sinais de vida pulsante, quente, dinâmica. É possível sentir a respiração, o impulso, o passo firme, a paisagem que se desenha.

De repente, no firmamento harmônico, surge um pássaro, uma ave de rapina, totalmente livre em seu voo sobre a montanha, emitindo seu canto que, ainda que não fosse feito de palavras, seria compreendido, de um canto ao outro da terra.

O Eco se faz ouvir ainda após muito tempo, como se o próprio canto tivesse ganhado vida própria, e saísse, irreprimível, se multiplicando pelo espaço.

Ainda que a música acabe, a Criação é eterna.

Agora eu entendo porque os Beatles se consideravam deuses.

Leonardo Sinnatra.