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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Matéria sobre o Membrana no Estado de Minas



Novo Som

Coletânea dupla do selo alternativo mineiro Membrana apresenta nove bandas ao mercado. Lançamento na Utópica Marcenaria terá pocket show com Pedro Sá e Domenico Lancellotti

Junto é bem melhor

Com som que tem raízes no rock setentista, o quarteto Paz-me participa do Membrana Música

Por Kiko Ferreira

Há um contraste interessante nos novos tempos. Baixa-se cada vez mais música de graça, há quem nunca tenha comprado um CD e não tenha o hábito de ouvir rádio tradicional. Mas, por mais alternativa e diferenciada que seja uma banda, ela, no fundo, ainda gosta de ler uma resenha num jornal impresso, de ouvir uma música tocar no rádio e de ter seu som registrado num suporte físico.

A coletânea Membrana Música, que será lançada hoje na Utópica Marcenaria, apresenta nove artistas reunidos em dois CD pelo selo cooperativo Membrana, que tem como sede física o estúdio Pato Multimídia, no Centro de Belo Horizonte. Ainiciativa é do produtor musical Léo Moraes, guitarrista da banda Valsa Binária.

O coquetel de lançamento será pocket shows de artistas da coletânea e a apresentação de Vamos estar fazendo, do guitarrista da banda de Caetano Veloso e da Orquestra Imperial, Pedro Sá, e do baterista Domenico Lancellotti, filho do bamba do samba Ivor Lancellotti, que também é da Orquestra Imperial e do projeto +2.

A seleção da coletânea começa pelo bom cantor mineiro Sérgio Manto, que abre bem o volume um com o pop/MPB The other half e comparece no disco dois com um samba bossa em inglês, Gypsy around the world. Ele revela influências de Jobim, Sinatra, Caetano e Sting. A segunda posição em ambos CDs pertence à banda Paz-me, com as músicas Aqui não cai não e Hoje você vai comigo. Formada em 2000, lançou um CD demo em 2004 e passou por diversas formações. Atualmente, é um quarteto que apresenta um rock com um pé nos anos 1970.

Também oferece um som vintage o Valsa Binária, com as músicas Tiramisu e A mais bonita. Aqui o som é quase oitentista, na fusão do rock do trio mineiro com o jazzista carioca Gustavo Saiani. Com som mais atual, o Antenafobia flerta com Radiohead, Coldplay e Los Hermanos nas faixas Adenoid e James Joyce/Baião. A banda começou em 2005, com um disco justamente chamado de Insônia, que reflete um som menos alegre, mais contemplativo.

Para sacudir a melancolia, a coletânea oferece o SkivaZae, mais comercial e dançante, com É a sua vez e Babilônia, que abre o segundo volume. Com a voz de Eduardo Gênesis na linha de frente, o quarteto está em atuação desde 2003 e, depois de dois demos, apresenta seu primeiro álbum. De formação mais recente, o Sinnatras, formado em 2008, veio da banda Carol nas Nuvens e, apesar do nome inspirado no cantor americano, tem sonoridade baseada no rock inglês de Smiths, Travis e Coldplay.

De volta aos anos 70, aparece o Dom Az-Mute, de Ouro Branco. Tendo como ídolos os tropicalistas, eles se formaram no ano passado, a partir do grupo Advogados de Hawana, com o primeiro disco produzido por Léo Moraes, guitarrista dos Gardenais. Com um pé não intecional no rock gaúcho, os brasilienses do Vélasquez revelam influências de Franz Ferdinand, Paralamas e Los Hermanos. Fecham o primeiro volume e a escalação Bertola e os Noctívagos, que remetem aos Blues Brothers nas dançantes Johnny Kamikaze e Beleza Perversa. O grupo é o mais roqueiro do pacote, quando se pensa em rock como música para dançar e não fazer pose e provocar tédio.

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